coração

terça-feira, 5 de julho de 2016

Palavras sábias.


"Sabin vivia na Grécia antiga. Era escravo, mas demonstrava uma inteligência rara e por isso se destacava. Era comum seu patrão pedir conselhos ou opinião em determinados assuntos, pois ele sempre tinha palavras sábias. Certo dia, seu patrão conversava com alguns convidados. O assunto era a virtude. Convidado a falar, Sabin não hesitou:

- Tenho certeza de que a maior das virtudes é bem conhecida, e está a venda no mercado.

- O quê? – reagiram os convidados – Isso é quase um insulto. Como você pode afirmar tal coisa?
- É simples. Se quiserem que eu prove, posso ir agora mesmo ao mercado e trazer a maior das virtudes – afirmou Sabin.

Autorizado pelo amo, que a essa altura já estava mais curioso do que os convidados. Sabin foi até o mercado. Depois de alguns minutos, voltou com um pequeno pacote. Ao abrir o pacote, todos ficaram surpresos e furiosos. Era uma língua.

- Eu explico, senhores – respondeu o escravo. A língua é a maior das virtudes do mundo. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar, conduzir, edificar, incentivar… Pela língua os filósofos ensinam e os seus ensinamentos são passados de geração a geração. Com a língua os poetas entoam seus hinos, os apaixonados declaram seu amor, os pais educam seus filhos.

- Concordo – disse o patrão, orgulhoso de seu escravo.

- Já que você é tão esperto, diga-nos agora qual é o maior dos vícios existentes no mundo – questionou um dos convidados.

- Claro. Basta meu patrão me permitir ir novamente ao mercado e de lá trarei o maior dos vícios – respondeu Sabin.

O patrão confiava na sabedoria do jovem escravo e por isso o deixou ir novamente ao mercado. De volta, Sabin entregou um pacote semelhante ao primeiro. Ao abrir, novo espanto tomou conta dos convidados. Era novamente um pedaço de língua. Ficaram desapontados, mas curiosos por ouvir a explicação. O escravo prosseguiu:

-Assim como a língua bem utilizada é capaz de educar, instruir, incentivar e tudo o mais, a língua pode transformar-se nos piores vícios. Com ela, pessoas mal-intencionadas tramam intrigas, promovem violência, corrompem verdades e ensinamentos. Com ela podemos destruir uma pessoa e a sua vida, podemos humilhar, maltratar, amaldiçoar. Concordam comigo?

Todos ficaram muito pensativos. O patrão, que já gostava de seu escravo, ficou ainda mais impressionado com a sua sabedoria e continuou pedindo-lhe conselhos frequentemente."

Para refletir

A linha que divide as virtudes dos vícios é muito tênue. Às vezes quase imperceptível, pois a única diferença é a atitude interna. Quando usamos nossa língua, é preciso ter muito cuidado e disciplina. Pense antes de falar. Não faça juízos precipitados. Não levante falso testemunho, nem espalhe boatos. Seja responsável por aquilo que você diz, pois isso pode interferir muito na vida de outra pessoa. Utilize sua língua para promover as virtudes, assim como nos mostra a parábola. Console, ensine, alivie o sofrimento, incentive, declare seu amor pelas pessoas. Faça desse dom algo produtivo, e não algo que traga dor e tristeza.

Faça uma rápida avaliação sobre o modo como você utiliza sua língua. Normalmente as coisas que você fala servem para promover a união, para edificar, ou para destruir e promover intriga? Como pode melhorar? Como ser uma pessoa de grandes virtudes a partir do uso da sua língua?


                       ( Desconheço o Autor )

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